domingo, 6 de março de 2011

Once

Acho que um pouquinho de nada não é pedir muito.
Até me contentaria com um copo pela metade.
Não precisaria encher ou transbordar.
Mas se não for muito egoísmo da minha parte, eu diria que um fluxo talvez seria suficiente.
O suficiente para embriagar uma alma vazia.
Para sentir o corpo inteiro estremecer.
Para contradizer o que tenho dito.
Algo para preencher apenas uma pequena parte do âmago.
Ou talvez nem isso.
Mas não quero um vôo sem aterrissagem nem andar por caminhos sem volta.
E não, eu não quero cometer e nem ser julgada por esse crime novamente.
Eu quero correr livremente pelo jardim e sentir o perfume de uma das rosas penetrar minhas narinas.
Quero poder ignorar todos os espinhos enterrados na carne.
Quero jogar esse jogo do meu modo.
Desprovido de regras ou conceitos idiotas.
Acho que pelo menos uma vez seria satisfatório.
Nem que fosse apenas por alguns minutos.
Nem que fosse apenas uma mão acariciando a face gélida.
Isadora.

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